Pichação e suas origens


A pichação é uma prática que interfere no espaço, muitas vezes desagradando os que são alvos de comentários, donos de paredes brancas, muros de estabelecimentos etc. A pichação subverte valores, é espontânea, efêmera e gratuita. Prática que tem como sua base as letras e formas diferentes que podem significar : protestos políticos, xingamentos aos que irão ler o que está no muro, protesto de gangs, simples vontade de sujar o espaço alheio entre outras coisas. Mas uma pergunta que muitas pessoas se fazem é de onde vem tudo isso? Quem foi o precursor desta prática?Até na idade média, na época em que a Inquisição queimava as bruxas cobrindo-as de piche, os padres pichavam as paredes dos conventos que eram rivais, ajudando a expor suas ideologias e criticar doutrinas contrárias, governantes , ditadores e todo tipo de gente a quem se queria difamar. A prática teve uma grande evolução após a Segunda guerra mundial, quando começou a produção de materiais em aerosol, assim tintas spray podiam deixar tudo mais rápido e fácil para quem costumava pichar.                                                                                                                                                                   
      A pichação durante os anos da ditadura militar, quase não era vista na cidade de São Paulo, era totalmente intolerada, pois não existia nenhuma liberdade de expressão, assim aconteceu na Alemanha, no muro de Berlim, seu lado oriental era limpo e de pintura intacta, já o outro lado possuía uma série de pichações,que com a demolição do muro tiveram espaço perante toda a imprensa mundial, significando a própria liberdade de expressão.       Na cidade de São Paulo, o picho se intensificou bem mais do que em outros lugares do mundo e tem atualmente uma definição diferente. Desde os anos 80 até os dias atuais, constantes mudanças relativas a sua forma e a seus adeptos, os valores entre os próprios pichadores mudaram bastante. Portanto em São Paulo existe uma prática característica da cidade, que teve todo um processo de criação e evolução. No início dos anos 80, a pichação consistia em escrever exaustivamente o próprio nome em grande escala dentro de inúmeros bairros e avenidas da cidade com isso o objetivo principal para os praticantes era sair do anonimato, simplesmente ser notado. Com o passar do tempo surge uma competição entre os pichadores pelo espaço, surge a utilização dos pseudônimos ao invés dos nomes, passa a existir grupos de pessoas que juntos, divulgam símbolos para representar um determinado grupo, a competição pela fama entre os grupos se alastra, com formas cada vez mais chamativas e frequentes o espaço físico da cidade se vê saturado.Agora a competição pela fama é tanta, que o que passa a Ter mais valor para os adeptos da prática já não é mais a quantidade, mas sim o grau de dificuldade que o pichador encontrava para realizar sua obra. Portanto os altos dos prédios começam a ser cobiçados, os edifícios mais altos da cidade como o edifício Itália foram pichados. Os porteiros, zeladores e seguranças eram facilmente driblados, os jovens eram segurados pelas pernas de cabeça para baixo, onde tinham de ser rápidos e eficientes, qualquer deslize significaria a morte.

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